RT e CBF

Recentemente Ricardo Teixeira deixou a CBF. Foram 23 anos de ditadura. Neste período, o bandido fez o que quis, enriqueceu, e construiu sua máfia. Foi alçado ao poder pelo gangster-mor, João Havelange.

Não digo que Ricardo Teixeira foi mal presidente, pelo contrário. A despeito de o sujeito torcer pro Galo e Flamengo ao mesmo tempo (o que evidencia um desvio de caráter), ele foi o melhor de todos os presidentes que tive notícia – o que não é propriamente algo extraordinário. Apesar de ser um sujeito arrogante, intragável, mau caráter, Ricardo Teixeira deu outro padrão ao futebol brasileiro. Sob sua batuta, ganhamos várias copa América, 2 copas do mundo (3 finais) e de quebra sediaremos a próxima. Mas o maior benefício mesmo foi a mudança no formato do campeonato brasileiro. Não sei até que ponto foi a influência dele nesta mudança (suspeito que tenha sido mínima), mas foi em sua gestão que entramos nos padrões rumo ao primeiro mundo. Tudo bem que estamos distantes ainda, mas, pelo menos, na mesma direção.

Este novo formato muito contribuiu para a diminuir a roubalheira nos resultados que havia até meados da década de 90 – principalmente a favor do eixo Rio São Paulo. As viradas de mesa parecem que é algo que ficou no passado.

Mas esta é a parte boa! A parte ruim é que o foco da canalhice migrou das quatros linhas para o lado financeiro da CBF. Os dirigentes deixaram de vender jogos, uma vez que a própria CBF passou a arrecadar cifras monstruosas, devido ao desempenho da seleção. Se a sujeira se concentrou na mão de poucos, aparentemente ficou mais fácil combatê-la.

Neste último dia 12 de março, foi-se um bandido. Mas fica seu legado: bom pro futebol, péssimo para os bons princípios. Precisamos urgente aproveitar a deixa e colocar alguém para moralizar esses princípios, além de manter os prumos do futebol brasileiro rumo à modernidade. Claro, esta pessoa não é o ladrão de medalha José Maria Marin, seu vice imediato.